2005 positivo para o Hóquei

Quem vem acompanhando a equipa sénior de Hóquei em Patins da Associação Académica de Coimbra, sabe que o ano de 2005 foi um ano positivo. Não há dúvidas. No entanto, fazer uma reflexão acerca de uma equipa num ano civil, implica fazer reflexão em duas meias épocas desportivas, inevitavelmente. Em ambas as meias épocas havia definido um objectivo.
Na primeira metade do ano, respeitante à época 2004/5, o objectivo já estava estipulado desde o inicio dessa época: a subida de divisão. A disputar a 3ª Divisão Nacional, a Académica era um dos fortes candidatos à subida, pois tinha falhado o mesmo objectivo na época anterior, apenas no último jogo, quando saiu derrotada da Póvoa de Varzim. As expectativas não sairam furadas e o objectivo foi cumprido na íntegra. Os estudantes acabaram por festejar a subida no último jogo, disputado no pavilhão 1 do estádio universitário bem composto, com a Mancha Negra incansável no apoio, em pleno fim-de-semana da Queima de Fitas!...
Felizmente que para segunda metade do ano pode-se definir um objectivo diferente para a época 2005/6, do que se tinha definido nos dois anos anteriores. Digo felizmente, porque houve sensatez suficiente para se perceber que disputar uma segunda divisão contra equipas habituais da primeira, como a Académica de Espinho ou a Sanjoanense, ou contra equipas que se reforçaram para subirem, como o Académico da Feira ou a Juventude Ouriense, e com uma equipa em que apenas o jogador mais velho já tinha jogado a este nível de competição, se definiu o único objectivo possível, ficar nos cinco primeiros lugares, o que dá a manutenção garantida. O plantel é constituído apenas por duas fileiras de jogadores, os jogadores das escolas de formação da AAC, e os que são estudantes universitários. E foi precisamente com um caloiro na Universidade de Coimbra, que a equipa de Hóquei da Académica se reforçou para esta época, mantendo ainda mais viva a tradição do jogador/estudante. No entanto, por razões de calendarização das candidaturas ao Ensino Superior, Rui Alves, ex-Entroncamento, apenas começou a vestir de negro na quarta jornada.
Apesar das dificuldades com que a Académica se deparou nesta Zona B, soube ultrapassa-las por mérito próprio. Quando se disputou a primeira jornada, e os estudantes foram goleados em Ourém, já toda a gente dava-os nas últimas posições. No entanto, nas quatro jornadas seguintes, a Académica mostrou o porquê de merecer estar na posição classificativa actual. Na segunda jornada venceu a Sanjoanense, para depois realizar duas jornadas consecutivas fora de casa, em Espinho e na Feira. Realizou em ambos os jogos uma exibição fantástica, apenas suplantada pela superioridade destas duas equipas adversárias, mas que deixou bem vincada a sua qualidade, ao fazê-las estremecer. O sétimo lugar que ocupa, em igualdade de pontos com Escola Livre de Azeméis e Mealhada, permite acabar o ano com parte do segundo objectivo alcançado. Deste lote de três equipas, juntamente com Sp. Tomar, irá sair a equipa que será "contemplada" com a manutenção automática, por conseguir terminar na quinta classificação, o que permite disputar a série dos primeiros na segunda fase.
O ano acabou por ser positivo por vários factores, entre os quais destaco dois, os jogos em Coimbra, e a garra dos hoquistas da Briosa. Jogar em Coimbra, contra a Académica, não é fácil. O mundo do hóquei nacional sabe disso. Não é pelo ambiente adverso das bancadas, nem pelas pressões aos árbitros, que pelo contrário só prejudicam os de Coimbra. Nada disso. A razão para tal, ninguém sabe ao certo, mas que a Académica esteve quase 3 anos sem perder em casa, lá isso esteve. A complementar, a vontade de vencer dos hoquistas, demonstrada na sua garra, esforço, dedicação, e claro está, com o brio que vestem a camisola da mais que centenária instituição.
Que no ano de 2006 se consiga o objectivo, para a Académica se consolidar na segunda divisão. Este, já é um lugar honrado e muito desejado.
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